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ESTUDANTES DE EDUCAÇÃO FÍSICA REALIZAM DOAÇÃO DE BRINQUEDOS PARA CRIANÇAS EM PAIÇANDU
FRANCISCO DIAS NETO
Uma das perspectivas a serem abordadas na disciplina de Jogos, Brinquedos e Brincadeiras do Curso de Educação Física é a questão de trabalhar interdisciplinarmente desenvolvendo o estudo sobre o lúdico, sobre o brincar, sobre o jogo e seus impactos no desenvolvimento do sujeito.
O trabalho interdisciplinar desafia a forma tradicional de ensino, que muitas vezes segmenta o conhecimento em disciplinas isoladas. Em vez disso, essa abordagem promove a integração de diferentes áreas do saber, permitindo aos estudantes uma compreensão mais ampla e conectada do mundo. Isso tanto na formação inicial (graduação), como na carreira profissional, após a formação.
Desta forma, quando os alunos são expostos ao trabalho interdisciplinar, eles aprendem a relacionar conceitos de diversas disciplinas, o que estimula o pensamento crítico e criativo. Além disso, essa metodologia incentiva a colaboração entre estudantes com habilidades e perspectivas diversas, simulando situações da vida real em que o trabalho em equipe é essencial.
Assim, ao invés de aprenderem conteúdos de forma fragmentada, eles conseguem enxergar as conexões entre as disciplinas, tornando-se profissionais mais capacitados e versáteis.
Na disciplina em questão, ao trabalhar com brinquedos alternativos, por exemplo, os alunos podem aplicar conceitos de física, matemática, artes e até mesmo sociologia (dentro da perspectiva “interdisciplinar” no interior da escola). Essa abordagem estimula a criatividade e a inovação, tornando o processo de aprendizado mais significativo e atrativo.
Impacto social: ensinando a trabalhar com brinquedos de sucata
A utilização de brinquedos feitos de sucata como ferramenta de aprendizado interdisciplinar não se limita apenas à formação acadêmica, mas também traz impactos sociais positivos. Ao ensinar os alunos a criarem e construírem esses brinquedos, estamos proporcionando a eles, na disciplina de Jogos, Brinquedos e Brincadeiras, do Curso de Educação Física da Universidade Estadual de Maringá, uma experiência prática interventiva que vai além das quatro paredes da sala de aula.
Estímulo à criatividade e sustentabilidade
Ao criar brinquedos de sucata, os alunos são desafiados a exercitar a criatividade e a imaginação. Eles precisam encontrar soluções inovadoras para transformar materiais recicláveis em brinquedos divertidos e educativos.
Além disso, essa prática também promove a consciência ambiental e a sustentabilidade. Ao utilizar materiais reciclados, os alunos aprendem sobre a importância da reutilização e da redução do desperdício, contribuindo para um futuro mais sustentável.
Aprendendo valores através do trabalho comunitário
Outro aspecto importante é o trabalho comunitário que pode estar associado a essa prática. Ao criar estes brinquedos pedagógicos, os alunos têm a oportunidade de doá-los a comunidades carentes, levando alegria e aprendizado para crianças que muitas vezes não têm acesso a brinquedos convencionais.
Nós do curso de Educação Física, entendemos que essa experiência de compartilhar e contribuir para o bem-estar de outras pessoas ajuda a desenvolver valores essenciais, como empatia, solidariedade e responsabilidade social no nosso acadêmico.
A entrega dos brinquedos alternativos em comunidades carentes pode ser uma experiência transformadora tanto para os alunos quanto para as crianças beneficiadas. Esses brinquedos promovem às crianças, momentos de diversão e aprendizado. Afinal, o principal instrumento pedagógico de aprendizagem dos pequenos é a brincadeira.
Para as comunidades carentes, a iniciativa pode representar muito mais do que apenas brinquedos. Ela mostra que pessoas se importam e estão dispostas a investir tempo e esforço em prol do desenvolvimento e felicidade das famílias que são abraçadas no projeto.
Agora , analisando sobre outra ótica a questão do brincar da criança em situação de risco social, e entendendo que a cultura lúdica é uma parte fundamental do desenvolvimento humano e exerce um papel relevante na formação das crianças., quando nos deparamos com a realidade da criança carente, é inevitável questionar como a estrutura social influencia e molda essa cultura em um contexto desigual o que é amplamente debatido e estudado no interior da disciplina levando- se em consideração a sociedade estratificada como a nossa, em que a criança pobre está inserida em um ambiente desfavorável e se caracteriza pela carência de recursos básicos e oportunidades. A falta de acesso a espaços de lazer adequados, brinquedos educativos e atividades culturais limita o desenvolvimento lúdico dessas crianças. A cultura do consumo, perpetuada pelo sistema capitalista, também é fator estudado ao longo do processo.
O modelo de brinquedos e jogos propagados pela indústria, por exemplo, muitas vezes reflete uma visão individualista e consumista, distante das necessidades e realidades da criança em situação de risco social. Essa imposição cultural pode criar uma falsa ideia de felicidade associada ao consumo, levando ao desejo de bens inatingíveis e gerando frustrações e isso é também um dos aspectos de reflexão que fazemos nestes debates.
Em suma, a cultura lúdica da criança carente é profundamente afetada pela estrutura socioeconômica e pela alienação de classe. Para que essas crianças possam vivenciar uma infância plena e enriquecedora, é imprescindível a busca por uma sociedade mais igualitária, onde a cultura lúdica seja verdadeiramente inclusiva, respeitando e valorizando suas singularidades e necessidades. Somente assim poderemos romper com as correntes da desigualdade e oferecer a todas as crianças a oportunidade de desenvolverem suas potencialidades em um ambiente verdadeiramente lúdico e acolhedor.
Dentro deste cenário apresentado e compreendendo a necessidade tornar as ações relevantes para a comunidade, levamos os trabalhos desenvolvidos na disciplina para doação a um projeto social (ESTRELA MÃE), que atende famílias carentes da cidade de Paiçandu. E o resultado está na matéria completa do link abaixo:
COLETA SELETIVA NA UEM
FLUXO VIÁRIO NO CAMPUS SEDE DA UEM
